Por Toda Minha Vida
CD
2009
Produced by
Boris Kischkat and Jochen Feucht
1. Só Tinha De Ser Com Você
mp3
2. Por Toda Minha Vida
3. Vivo Sonhando
mp3
4. O Grande Amor
5. Samba do Avião
6. Piano na Mangueira
7. Retrato em Branco e Preto
8. Chora Coração
9. Anos Dourados
10. Brigas Nunca Mais
mp3
11. Luiza
mp3
12. Águas de Março / Waters of March mp3
Info deutsch / portugisisch
Linernotes

Bossalibre legt mit dieser CD ein Manifest vor. Es ist die Liebeserklärung des Gitarristen Boris Kischkat und seines Partners Jochen Feucht an Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, besser bekannt als Tom Jobim, den wichtigsten Komponisten der Bossa Nova. Unterstützt wird das Duo dabei von zwei Brasilianern, der Sängerin Viviane de Farias sowie dem Schlagzeuger und Perkussionisten Mauro Martins. Gemeinsam schufen sie eine feinfühlige Hommage mit einigen der größten Pretiosen aus der Feder des 1927 in Rio de Janeiro geborenen Künstlers.

Dieses Album wird viele überraschen, die etwa klassische Musik lieben aber aus Brasilien niemals und schon gar nicht aus dem Bereich der Popularmusik solche harmonische oder melodische Raffinesse erwartet hätten, wie sie für die Bossa Nova typisch ist. Dieser Musikstil, der die so genannte Música Popular Brasileira zum ersten Mal international bekannt gemacht hat, ist wahrscheinlich Brasiliens wichtigster Beitrag zur Weltkultur. 2008 beging man den fünfzigsten Jahrestag dieser Musikrichtung, die „offiziell“ mit der ersten Schallplatte von João Gilberto ihren Anfang nahm, auf denen „Chega de Saudade“ (von Tom Jobim und Vinícius de Moraes) sowie „Bim Bom“ (von João Gilberto selbst) zu hören waren.

Überraschenderweise lebt die Bossa Nova bis heute in den verschiedensten Musikströmungen weiter, und vieles davon ist dem Werk von Tom Jobim zu verdanken. Und auch wenn die Verse der genialen Komponisten in den Ohren ihrer ausländischen und des Portugiesischen nicht mächtigen Hörer oft unverständlich klingen, ist die Bossa Nova inzwischen zu einer wahren Ikone der Moderne geworden. Entstanden in den Nachtclubs des legendären Beco das Garrafa im Stadtteil Copacabana von Rio de Janeiro, Ende der 50er Jahre, ist sie die Kunst der Feinsinnigkeit. Auf die Spitze getriebene Einfachheit: Eins der vielen Wunder der Tropen.

Boris Kischkat und Jochen Feucht erfassen das impressionistisch-subtile der Musik von Jobim – der selbst von Heitor Villa-Lobos und Claude Debussy fasziniert war –, ebenso wie die Bedeutung eines weiteren Meisters der brasilianischen Musik: Dorival Caymmi, der immer wieder und fast instinktiv von den beiden deutschen Musikern aufgegriffen wird, die Jobim mit Sicherheit gern kennen gelernt hätte. Caymmi wird als einer der wichtigsten Vorläufer der Bossa Nova angesehen und ist einer der nicht wegzudenkenden Einflüsse der so genannten Heiligen Dreifaltigkeit der Bewegung: Jobim, João Gilberto und Vinícius de Moraes.

Die Platte von Bossalibre vereint unvergessliche Stücke Tom Jobims und seiner Seelenverwandten und Trinkkumpanen Chico Buarque, Vinícius de Moraes und Aloysio de Oliveira. Gemeinsam mit dem Ausnahmekomponisten Chico Buarque schuf Jobim das bewegende „Retrato em Branco e Preto“, den Bolero „Anos Dourados“ sowie die Samba„Piano na Mangueira“; Vinícius de Moraes gelang es, vor der Kritik zu beweisen, dass Musiktexte nichts Geringeres sind als Literatur und auch Jobim selbst erwies sich als außergewöhnlicher Dichter von dramatischer Stärke.
Mit „O Grande Amor“ zum Beispiel, einem Lied von Jobim und Moraes, das João Gilberto in den 60er Jahren unsterblich gemacht hat, ruft Bossalibre einen großen Moment der Musik in Erinnerung, ohne auch nur ein Mal in jene ehrfürchtige Erstarrung zu verfallen, die viele paralysiert, die sich der Musik von Tom Jobim nähern. Was im übrigen für die gesamte CD gilt.

Viviane de Farias ist vollkommen in ihrem Element in diesem ergreifenden Repertoire, das sie unbeschwert aber mit präzisem Feeling interpretiert. Auch Mauro Martins glänzt in seinem Spiel, das vielen der Instrumentalisten, die mit Jobim und der Bossa-Nova-Bewegung groß wurden, wie Milton Banana oder Airto Moreira, zur Ehre gereichen würde.

Einer von Jobims Lehrmeistern war Hans-Joachim Koellreutter, ein Deutscher, der, so Jobim „eine gute aber strenge Seele war und mir sehr viele praktische Dinge beibrachte“. Und Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, der Autor des Klassikers „Garota de Ipanema“ (mit Vinícius de Moraes), wurde schließlich einer der größten Komponisten der Menschheit.

Diese Platte ist ein weiteres gutes Beispiel dafür, was Deutsche und Brasilianer gemeinsam in der Musik erreichen können.

Felipe Tadeu, 1962 in Rio geboren, ist Musikjournalist und lebt seit 1991 in Deutschland. Er schreibt für die Website der Deutschen Welle, Jazzthetik und Huboldt und produziert Radiosendungen für den Hessischen Rundfunk (HR2) sowie Radio Darmstadt, wo er mit „Radar Brasil“ eine eigene Sendung hat.
top
back
Linernotes

O Bossalibre tem aqui um disco manifesto. É a declaração de amor do violonista Boris Kischkat e seu parceiro Jochen Feucht a Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, mais conhecido como Tom Jobim, principal compositor da Bossa Nova. Para tal, a dupla resolveu convidar dois brasileiros, a cantora Viviane de Farias e o baterista e percussionista Mauro Martins, criando esse delicado tributo, que traz algumas das maiores preciosidades compostas pelo artista nascido no Rio de Janeiro, em janeiro de 1927.

Este álbum vai surpreender muita gente que admira música clássica e jazz e não espera do Brasil tanto refinamento harmônico e melódico em canções de estirpe popular, típicas da Bossa Nova. O estilo que projetou a chamada música popular brasileira no cenário internacional é provavelmente a maior contribuição artística do Brasil à cultura universal. Em 2008, comemorou-se o cinquentenário do gênero, que surgiu “oficialmente” quando o cantor, violonista e compositor João Gilberto lançou seu primeiro compacto simples com as canções “Chega de Saudade” (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e “Bim Bom” (do próprio João).

Surpreendentemente, a Bossa continua circulando ainda hoje com grande desenvoltura nas correntes contemporâneas da música, e muito disso se deve à grandeza da obra deixada por Tom Jobim. Ainda que os versos escritos pelos geniais compositores bossanovistas sejam incompreensíveis para os ouvintes estrangeiros que não entendem português, a Bossa Nova resiste como legítimo ícone da modernidade. A música surgida nas casas noturnas do lendário Beco das Garrafas, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro do final dos anos 50, é arte de delicadeza. Paradoxalmente, a Bossa é o refinamento da simplicidade. Um dos muitos milagres dos trópicos.

Boris e Jochen percebem tanto a sutileza impressionista da música de Jobim – artista eternamente maravilhado por Heitor Villa-Lobos (principal influência de Jobim) e Claude Debussy -, quanto a importância de um outro mestre da música brasileira, Dorival Caymmi, evocado pelo Bossalibre de maneira muito instintiva nesse trabalho idealizado por Boris e Jochen, dois exímios instrumentistas que Jobim gostaria com toda certeza de ter conhecido. Caymmi é considerado um dos precursores da Bossa, um autor que inspirou demasiadamente a chamada Santíssima Trindade do movimento – Jobim, João Gilberto e Vinícius de Moraes.

Estão aqui neste disco do Bossalibre as inesquecíveis parcerias que Tom Jobim fez com seus irmãozinhos de alma e copo como Chico Buarque (o extraordinário compositor, com quem Jobim criou o comovente “Retrato em Branco e Preto”, o bolero “Anos Dourados” e o samba “Piano na Mangueira”) , Vinicius de Moraes ( o primeiro a romper a barreira imposta pelos críticos, de que escrever letras de música seria algo menor do que fazer literatura) e Aloysio de Oliveira, bem como algumas canções em que o maestro provou ser também um poeta intangível, pleno de força dramática. Em “O Grande Amor”, por exemplo, tema de Jobim e Moraes imortalizado por João Gilberto nos anos 60, o Bossalibre repagina um grande momento da música universal, sem ficar naquele mero estado de admiração inercial que imobiliza muitos daqueles que se aproximam da música de Jobim. É assim da primeira à última música deste disco.

Viviane de Farias está completamente à vontade para cantar repertório tão envolvente e o faz com candura e feeling preciso. Mauro Martins também faz bonito, honrando outros instrumentistas que cresceram junto a Jobim como o baterista Milton Banana, ou o percussionista Airto Moreira, ambos membros do extraordinário movimento que foi a Bossa Nova.

Tom Jobim teve como um de seus professores de música o alemão Hans-Joachim Koellreutter, que segundo Tom era “uma alma boa e muito exigente. Me ensinou muita coisa prática”. Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, autor do clássico “Garota de Ipanema” (com Vinicius de Moraes), acabou se tornando um dos maiores compositores da Humanidade.

Esse disco é mais um ótimo exemplo do que alemães e brasileiros podem fazer juntos em termos de música.

Felipe Tadeu é jornalista musical nascido no Rio de Janeiro em 62, e radicado na Alemanha desde 1991. Escreve para o site da Deutsche Welle, para as revistas Jazzthetik e Humboldt, e produz programas radiofônicos para a Hessischer Rundfunk 2 e para a Rádio Darmstadt, onde dirige o „Radar Brasil“.
print
top
back
home